Olá!
Estava relembrando comigo mesmo os livros mais marcantes que eu já li. Na verdade se eu fosse explorar esse pedaço do meu mundo, eu ficaria aqui escrevendo, escrevendo sem jamais chegar ao fim, mas um deles que me veio à memória foi o livro "A cidade do Sol", de Khaled Hosseini, autor também do Best-Seller "O Caçador de Pipas".
O livro se baseia na vida de duas mulheres com as vidas completamente opostas, uma, ao qual era Miriam, er filha bastarda do relacionamento de uma empregada com o seu senhor. A menina fica órfã aos 15 anos de idade e seu pai, ao qual ela teve que ir morar junto depois que a mãe morreu, a promete em casamento à um homem 30 anos mais velho que ela, que quer somente obter um filho homem, para continuar levando o seu nome, pois seu primeiro filho morreu ainda bebê e por conta disso, usa Mariam apenas como um simples objeto que irá levá-lo à construir o seu legado. Mariam sofre abusos psicológicos, é espancada diariamente e é completamente desrespeitada por seu próprio marido.
É quando se coloca em cena a história de Laila, uma menina bem mais jovem que Mariam, se vê perdida em meio à guerra, sem familia, porquê morreram atingidos por uma bomba, sem lugar para morar, sem uma única esperança para viver. Laila, então, é encontrada por Rashid, marido de Mariam, em meio aos escombros e é levada para a casa deles, onde foi cuidada e pôde se recuperar.
A história entra, então, num estágio mais profundo que nos faz entender que as circunstâncias que a vida coloca as pessoas, por mais que elas tenham diferenças, os problemas, os sonhos, a vontade de ter e viver algo melhor, as une. É exatamente isso que o desenrolar da história nos mostra. Laila e Mariam vivem então, a partir de suas diferenças, o começo de uma amizade forte, lutando contra a discriminação afegã que as mulheres tanto sofrem - e que sofrem caladas -, lutando contra a liberdade e um futuro melhor para elas e os filhos.
Juntas entram em grandes aventuras, colocando as próprias vidas em risco e desobedecendo às regras, mesmo que lhe causem feridas, a sinergia de suas forças deixam-nas fortes para conquistarem o único desejo de suas almas: serem felizes e livres.
O livro tem muitas partes emocionamentes, que mesclam sentimentos de ira e tristeza ao mesmo tempo, mostrando o lado obscuro de culturas diferentes, onde muitas vezes, as mulheres (em sua grande maioria), são vítimas de vários tipos de abusos e mesmo assim têm a esperança de um dia serem reconhecidas e possam exercer o seu direito de serem livres, de expressarem suas opiniões e serem ouvidas. Khaled Hosseini, na minha opinião, é um dos melhores autores. Os livros que já li dele falam muito sobre a cultura Afegã. Hosseini sempre relata a discriminação sofrida de ângulos, que, muitas vezes, não são passados para as pessoas, ou então, que às vezes as pessoas não param para pensar e perceber que naquele país é daquele jeito que acontece.
Os livros de Hosseini, para mim, são verdadeiros rios de conhecimento sobre práticas, costumes e culturas de países opostos ao que eu vivo, são marcantes e completamente inesquecíveis à medida que você compreende que talvez aquilo que você esteja lendo naquele segundo, pode estar acontencendo na vida real de alguém desconhecido. Portanto, conforme eu lembro de cada situação dos livros, e agora eu falo tanto de "A cidade do Sol", quanto de "O caçador de Pipas", eu me comovo mais e me apaixono mais ainda pelo autor e suas autorias, pois eu penso que existem várias Miriams, Lailas, Rashids, Taruqs, Azizas, enfim, todos eles saltam do livro para um dura realidade no mundo em que vivemos.
Recomendo à todos esse livro tão lindo e também os outros do autor, vale muito a pena mesmo!
E isso é tudo, espero que sintam o mesmo que eu senti quando li, uma forte comoção. Até mais.