18 fevereiro 2015

Querido Diário...


 Sem nada para fazer, me peguei lendo novamente os meus antigos diários. Diários que contam
minha vida em poucas páginas, porém, com uma riqueza de detalhes que somente uma menina de treze anos poderia descrever. São coisas tipo: "Nossa, hoje ele me olhou duas vezes e em uma delas senti que foi mais intenso, mas quando a fulaninha apareceu desviou logo o olhar pra bunda dela e só eu sei a raiva que senti!", ou então: "Ai meu Deus, hoje ele estava vestindo aquela calça escura, que é mais apertada nas pernas e combinando perfeitamente com aquela camiseta branca que eu adoro. Ah, aqueles tênis... Amo aqueles tênis! O cabelo com gel estava perfeito, assim como ele. ♥"
 Passeei nas folhas voltando à minha infância boba e revivendo cada momento da minha vida como se nunca tivesse vivido aquilo um dia. Cada palavra se tornou nostálgica e cada história, uma lembrança boa que me fez sorrir. 
 Além de relembrar o quanto eu fui uma bobinha apaixonada por meia dúzia de garotinhos no ensino fundamental e médio, eu também vi o quanto sempre fui ciumenta com minhas amigas e quando não estava ocupada demais tendo chiliques por causa disso, escrevia o quanto era bom ser amiga delas e lendo tudo o que escrevi percebi que valho ouro! hahahha. Brincadeirinha! Mas eu vi o quanto as minhas amizades eram importantes para mim e como dávamos mais importância à isso do que qualquer outra coisa. 
 Ás vezes, claro, lia em umas dez, quinze páginas textos referentes à uma briga qualquer, onde não era difícil se encontrar a frase "eu odeio ela e não vou voltar a falar com ela nunca mais!". Mas logo na página seguinte existe um "Ai, eu não consigo, voltamos a nos falar e eu nunca mais quero perder a amizade dela de novo!". 
 Sabe, eu gosto dessa inocencia. Gosto dessa intensidade de como a gente redige um acontecimento quando somos crianças/adolescentes. Conforme a gente cresce perde muito isso, perde essa capacidade de escrever os fatos como eles realmente são, digo no sentido de realmente se entregar àquilo. Perde a capacidade de derramar naquelas folhas todas as nossas lágrimas, toda a nossa raiva afundando a caneta até furar o papel. Quando a gente cresce, aprende a mascarar a dor, a felicidade, o amor. A gente se torna até mesmo um pouco fútil e falso. 

Infelizmente perdi o hábito de escrever cada acontecimento idiota da minha vida todos os dias antes de ir dormir e acho que isso iria me fazer um bem danado daqui uns cinco, dez anos... Digo isso porque a gente escreve não só para desabafar com as linhas, mas também para registrar momentos bobos através das palavras, para gargalharmos com elas anos depois e isso é o mais legal! hahahaha
 Enfim, nossa cultura deveria conter isso... Os pais deveriam ensinar seus filhos à escreverem em diários desde pequenininhos, como minha mãe fez comigo e assim o mundo seria um mundo melhor, com mais pessoas dando risadas e menos pessoas se tornando psicólogos e agendando consultas em psicólogos. Escrever é terapia e rir das coisas que escreveu dez anos atrás é mais terapêutico ainda! 
 Espero rir um dia desse post e se você quiser, comece a escrever também! Mesmo em um espaço virtual. É a melhor coisa do universo *-*

 Espero que esse post tenha despertado em você uma nova ideia e algo bom. Acompanhe o blog, comente esse post e nos siga! Ajude-nos a construir um espaço que seja seu também! Beijinhos :*